Itaú demite cerca de 1.000 funcionários remotos que trabalhavam em Home-Office, entenda o caso

Demissões no Itaú expõem os desafios do home office e levantam questões sobre confiança, produtividade e o papel da tecnologia no trabalho do futuro.

Na última segunda-feira, 8 de setembro de 2025, o Itaú surpreendeu o mercado ao desligar aproximadamente 1.000 colaboradores que trabalhavam de forma totalmente remota, com base em registros de uso dos computadores. A decisão provocou ampla discussão sobre como empresas vêm monitorando o trabalho remoto e até que ponto essa prática ainda faz sentido.

Tecnologia e monitoramento: até onde vai o controle?

O caso do Itaú reforça que o monitoramento digital — por meio de softwares que analisem uso de equipamento do trabalho — tem se consolidado como uma prática comum, especialmente em grandes corporações.

Advogados destacam que, desde que respeitada a privacidade e a legislação (como a LGPD), esse tipo de controle é visto como legalmente aceitável, já que os dispositivos usados no home office pertencem ao empregador. Além disso, se um funcionário se limita a ligar o computador sem realmente executar suas tarefas, isso pode configurar falta grave, até justificando uma demissão por justa causa sob o artigo 482 da CLT. Ainda assim, é recomendado que advertências ou suspensões precedam penalizações mais severas

O que o Itaú disse

Em nota, o banco afirmou que os desligamentos resultaram de “uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”. O comunicado enfatizou que alguns padrões identificados eram incompatíveis com os princípios de confiança, considerados inegociáveis pelo banco — mas deixou claro que o programa de home office não foi cancelado.

Vale destacar que o número de desligamentos representa menos de 1% da força de trabalho do banco.

Aprendizados e reflexões para empresas e profissionais

O episódio do Itaú mostra que o futuro do trabalho remoto não será definido apenas pela tecnologia, mas pela forma como empresas e profissionais constroem relações de confiança e responsabilidade mútua.

Se, de um lado, as corporações precisam estabelecer critérios transparentes e justos de avaliação, do outro, os colaboradores devem entender que flexibilidade exige disciplina e entrega. O home office não acabou, ele está em processo de evolução. E quem souber equilibrar produtividade, cultura e transparência terá um espaço privilegiado nesse novo modelo de trabalho.

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